Foto de Thiago Leon em Aparecida/ São Paulo |
29/05/2016 - Escrito para o Correio da Paraíba
Unigênito
do Pai, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, Jesus Cristo se encarnou e
se fez homem. Tomou carne e sangue de Maria para se encarnar. O sublime
vínculo da divindade e da humanidade de Jesus Cristo nos insere, na
condição de criaturas que somos, na comunhão de amor de Deus Uno e
Trino. Maria, criatura, representa a nossa condição humana, purificada
de todo pecado e todo mal, porquanto isentada desde a sua concepção,
santificada pelo Espírito, em vista de ser a mãe de Jesus Cristo,
Redentor da humanidade. Como mãe do Filho de Deus, Maria lhe deu sua
carne e sangue, ou seja, a natureza humana. Maria, livre do pecado, do
mal e das suas consequências desastrosas, é a amostragem da humanidade
purificada, livre para a prática do bem.
A missão que Jesus recebe do Pai,
estampada em seu nome, significa o ungido que salva o povo do pecado.
Maria participa da missão salvífica do Filho de Deus, que é também seu
Filho. A virgindade de Maria não é apenas conceitual, e sim a sua
integridade plena, a sua disponibilidade incondicional, a sua entrega
total ao Senhor, que a insere de forma privilegiada nos seus divinos
desígnios. Maria é o tabernáculo vivo, qual fonte da qual brota a água
inesgotável do amor do Pai, que, pelo Espírito, dá-nos o seu unigênito.
Maria é por excelência a inabitação de Deus. Filha dileta do Pai, Mãe
solícita do Senhor e Salvador, Esposa virginal e fidelíssima do Espírito
Santo. Como Maria, discípula do Mestre, nela nos inspiramos para seguir
a Jesus, caminho, verdade, vida, luz dos povos, o bom pastor, a videira
fecunda, o pão repartido para a vida do mundo.
Do alto da cruz, Jesus confia a Maria
a missão de formar os filhos e filhas de Deus (Jo 19, 25). Maria é o
legado da salvação de Nosso Senhor, em sua misericordiosa benevolência,
para que ninguém pereça. “Ninguém arrancará das minhas mãos aqueles que o
Pai me confiou (Jo 10, 18). Maria está incumbida de nos orientar pelo
único caminho que ela mesma segue. Esse caminho é Jesus Cristo, em cujo
nome e poder somos salvos (Jo 3, 35-36). Quem vive o amor e a união na
própria família consegue testemunhar muitos valores humanos para além
fronteira dos laços familiares. O Pai designou ao seu unigênito a dádiva
de nascer, de crescer e de viver a realidade da família humana, com
todas as prerrogativas inerentes ao seu sustento, pelo trabalho honrado,
pelos vínculos de afeto do convívio fraterno, entre pequenas ocupações e
o compromisso dos deveres. Maria está presente, como nós queremos estar
presentes e participar da vida e missão de Jesus.
Dom Aldo di Cillo Pagotto, sss
Arcebispo Emérito da Arquidiocese da Paraíba
Arcebispo Emérito da Arquidiocese da Paraíba
Observação: os artigos de Dom Aldo podem ser consultados no site da Arquidiocese da Paraíba (www.arquidiocesepb.org.br). O artigo foi publicado com a autorização do autor.
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