quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

CORRUPTO É CORRUPTO: A IDEOLOGIA É A CORRUPÇÃO

Políticos corruptos são corruptos por índole e não porque são de esquerda como estou vendo postagens contra o socialismo até porque essa forma de contratação de OSs nasce com o modelo gerencial de gestão pública que procura justamente diminuir o tamanho do Estado para sermos simplórios, algo bem mais à direita que à esquerda já que estamos atualmente nesse maniqueísmo político bem marcado. Na direita há exemplos clássicos de corruptos, escândalos prestes a criarem mais corpo que podem derrubar mais um Presidente (no caso de direita), da mesma forma que na Paraíba a situação está por um fio (de esquerda). Ao sancionar o pacote anticrime com a criação da figura do juiz de garantia, Bolsonaro não quis expelir o modelo prático de juiz inquisitorial, mas proteger seu filho, o senador Flavio Bolsonaro, envolvido com milícias e lavagem de dinheiro. Na prática vai favorecer criminosos de Colarinho Branco. Provavelmente as críticas a Bolsonaro se silenciarão momentaneamente pela ORCRIM investigada pela Calvário. O discurso enfadonho de que aqui se reproduziu uma Lava Jato para dizer que a Calvário tem um viés ideológico é outro aspecto que deve ser refutado. Lava Jato e Calvário são bem diferentes. Estão fazendo de propósito e de má-fé uma confusão para o público entre prisão em segunda instância e prisão preventiva. Sabem perfeitamente do que se trata uma prisão preventiva para agentes do crime que continuam em atividade delitiva, havendo provas da existência do crime, indícios que apontam a autoria, risco de atrapalharem o curso das investigações, de aplicar a lei penal em caso de fuga, perturbação da ordem pública interferindo em outros poderes e então cabe sim prisão preventiva. Isso não fere o devido processo legal e justamente para garanti-lo se faz necessária por mais paradoxal que se pareça. Muito diferente do caso de Lula que não ofereceu esses riscos, não se pedindo preventivamente a sua prisão e não justificando na minha opinião a prisão em segunda instância. Prisão preventiva é outra coisa. Até o presente momento só vi os Magistrados se pronunciarem nos autos dos processos da Calvário, diferente da Lava Jato. Não se pode falar em espetacularização porque a mídia na Paraíba é amordaçada. Os poucos que falam são processados pelo Excelentíssimo Senhor Ex-Governador investigado pela Calvário. Nem da postura dos membros do Judiciário que estão à frente se pode falar porque não possuem máculas nem mesmo acenaram possível ingresso para política sendo realmente uma tentativa desesperada da ORCRIM que foi montada no Governo do Estado da Paraíba. A situação é tão peculiar na Calvário que não tem como associar à Lava Jato pelo modus operandi do chefe da ORCRIM. Quando se soube que no Brasil um Presidente da República ou um Governador foi tratar pessoalmente da própria propina? Como se fosse um prefeito ou um vereador de uma cidade que ninguém conhece. Enquanto se diz que na Lava Jato não há provas, na Calvário transbordam provas. Até o conceito de Lawfare foi apequenado pela ORCRIM ao colocar em prática tal método de perseguição. Se há perseguição utilizando ações judiciais com intuito político acusando sem materialidade este é o esquema financiado com verba pública desviada da saúde que contratou o advogado Francisco das Chagas Ferreira para processar jornalistas, advogados (eu e Gilvan Freire) e outras pessoas que ousassem denunciar ou fazer críticas ao ex Governador e ao ex Procurador Geral do Estado investigados na Calvário. Inclusive deveria ter sido criada uma Vara específica para os feitos de RC e agregados pelo volume de demanda bancado com dinheiro público e ocupando a pauta, o tempo e recursos do Judiciário, se me permitem a ironia. Lawfare foi posto em prática pela ORCRIM não na forma correta do termo em contexto político maior, mas apequenado por pessoas que queriam esconder seus malfeitos e não aceitam críticas achando que iríamos nos retratar. Esqueceram de perguntar se concordaríamos em nos retratar. A maioria dos perseguidos resolveu prosseguir com os processos sem retratação. Esse discurso de vitimização e desqualificação dos membros do Ministério Público e do Judiciário é porque extrema-esquerda e extrema-direita são irmãs gêmeas na indignação seletiva e muitas vezes a ferida narcisica tem dificuldade em sarar porque justamente não quer reconhecer que votou enganado, que seus líderes são falhos independentemente do modo de pensar político, quando a questão na verdade é: corrupto não liga para ideologias. Eles se apropriam do discurso que alavanquem os interesses deles. Inclusive a autora do Projeto de Lei n 6578/2009 que resultou na lei que prevê a possibilidade da famosa delação (colaboração premiada) que agora os defensores do ex-governador estão apontando como método de tortura e da direita foi a então Senadora pelo PT do Mato Grosso, Serys Slhessarenko. Mesmo assim gritam que se trata de fascistas querendo destruir o projeto político de esquerda no estado. Antes que também me chamem de fascista, como são acostumados a assassinar reputações, não aceito tal alcunha porque descendo de "partigiani". Vamos acordar para a realidade que o GAECO identificou esquemas de corrupção não só na Calvário, mas em Operações como Xeque-Mate, Cidade Luz, no Instituto de Previdência do município de João Pessoa, também nas cidades de Bayeux e Santa Rita nesses últimos dois anos. Enquanto a ORCRIM tendo o ex Governador apontado como chefe pelas investigações grita junto com seus defensores que se trata de perseguição fascista a referida Operação Calvário, lembremos somente de alguns escândalos juntando o período da gestão pessoense e estadual envolvendo algumas da figuras integrantes da referida agremiação criminosa: Gari Milionário, Caso Cuiá, Jampa Digital e Propinoduto dos 81 mil.Parabéns ao GAECO.
Laura Berquó