Solicitamos
que sejam lidas e apuradas as referidas denúncias acerca das diversas
violações de direitos humanos que estão acontecendo continuamente no
Presídio Regional de Sapé,
bem como solicitamos que sejam encaminhadas as autoridades competentes
para que os órgãos de defesa de Direitos Humanos possa tomar as devidas
providências cabíveis.
O
Presídio Regional de Sapé encontra-se situado a Av: Gétulio Vargas S/N,
na cidade de Sapé, interior da Paraíba. O atual gestor chama-se Carlos
Eduardo de Souza Dias.
SOBRE A SITUAÇÃO ATUAL:
- ALIMENTAÇÃO: Os detentos estão recebendo por diversas vezes comida com carne estragada. Algumas vezes, após o recebimento das refeições houve principio de tumultos porque os detentos chamam o gestor para dialogar e mostrar a situação da alimentação e o mesmo não atende aos chamados. Diante dessa situação alguns detentos chegaram a jogar a comida no pátio, no sentido de chamar atenção para o descaso e por causa disso estão recebendo punições como ficar sem acesso a Televisão e sem tomar banho de sol por 15 dias. Após diversas denuncias dos familiares a juíza das Execuções Penais Dra. Virginia esteve na Unidade Prisional e comprovou que na cozinha haviam alimentos vencidos e estragados, tendo inclusive jogado fora diversos pacotes de mungunzá com bichos. A alimentação é de péssima qualidade. Pedimos que a comissão de direitos humanos visite o local e comprove. Pela manhã é oferecido um pão com café. Na hora do almoço muito pouca comida (na maioria das vezes com carne estragada) e na hora do jantar pão com café. O diretor do presidio permitiu a entrada de um fogãozinho de energia, mas não permite a entrada de comida suficiente. Os detentos estão passando fome.
- VESTIMENTA: O Estado não concede vestimentas ao detento do Presidio de Sapé e
por diversas vezes os familiares levam roupas e as agentes não autorizam a entrada.
- SAÚDE:
Há detentos com tuberculose nas celas e outros estão sendo
contaminados.
O local é extremamente quente sem ventilação adequada, superlotação
(mais de 60 detentos numa cela pequena). A ida ao hospital é sempre uma
dificuldade (faltam agentes para fazer a escolta e também não há viatura
disponivel). O presidio não conta com equipe
médica nem odontológica para fazer o acompanhamento dos detentos que
encontram-se com doenças que necessitam de acompanhamento como os casos
de tuberculose e AIDS. Falta medicação no Presídio, até mesmo para os
detentos que tomam medicação controlada. Além
de que alguns detentos estão tendo constantes surtos dentro das celas
pela falta de medicação controlada e atendimento médico adequado.
- REVISTA VEXATÓRIA:
As mulheres que estão visitando a Unidade Prisional estão
sendo submetidas a revista vexatória. Ao adentrarem a sala da revista a
agente pede que sentem no banquinho e em seguida que abaixem a calça
para serem olhadas pelas agentes de frente e de costas. Muitas mães de
detentos deixaram de visitar os filhos em decorrência
desse fato. É válido destacar que esse procedimento passou a acontecer
na gestão do atual diretor Carlos Eduardo.
- DO TRATAMENTO HUMILHANTE E DEGRADANTE COM VISITANTES:
Algumas visitantes são
constrangidas pelas agentes. O que se tem percebido é que pelo fato de
serem da cor negra, as agentes levantam suspeitas sobre a visitante
estar levando drogas e ficam mandando que “tirem logo daí o que está
carregando”. As visitantes começam a ficar nervosas
e em seguida são encaminhadas ao Hospital Sá Andrade, onde são
inspecionadas pelo médico plantonista não sendo encontrado nada na
referida visitante. O constrangimento de ser conduzida ao hospital e
sair escoltada pelas agentes na frente das demais visitantes
acaba por levantar suspeita acerca da integridade da pessoa.
- DA FALTA DE ATENDIMENTO JURIDICO:
Muitos detentos estão com direito ao regime
semi aberto e não possuem atendimento jurídico. O defensor público
aparece esporadicamente naquela casa penal e não faz atendimentos aos
detentos. Na maioria das vezes os detentos deixam de ir as audiências
por falta de agentes e viaturas, retardando o processo
na justiça
- DA FALTA DE MATERIAL DE HIGIENE:
Foi solicitado as famílias que trouxessem
material de limpeza para fazer a higiene da cozinha pois o Estado não
tinha mandado material de higiene e as comidas estariam sendo feitas em
vasilhas sujas, o que estava causando o mau cheiro de podre nos
alimentos. Os familiares dos detentos além de levar
material de limpeza pessoal ainda precisam levar para higiene da
Unidade prisional.
- FALTA DE DIÁLOGO DA GESTÃO COM DETENTOS: A gestão da referida unidade não dialoga
com os detentos a não ser em casos de inicio de tumulto e quando o faz é para intimidar os detentos aplicando castigos.
- DA FALTA DE ASSISTENTE SOCIAL E PSICOLOGO:
Não existe a equipe para dar parecer
para progressão de regime dos detentos, o que dificulta ainda mais o
processo e aumenta a morosidade da justiça. Alguns detentos que estão
apresentando sinais de doenças psicossomáticas não tem acompanhamento e
acabam tumultando a convivência no ambiente.
Alguns deles chegam a apanhar os próprios presos por estarem
perturbando.
- ATESTADO MÉDICO NO REGIME SEMI ABERTO E ABERTO:
Os detentos do regime semiaberto
e aberto não podem apresentar atestado médico pois são imediatamente
colocados em cela de isolamento. A gestão não considera os atestados
médicos.
- PERSEGUIÇÃO AOS AGENTES PENITENCIÁRIOS POR PARTE DA GESTÃO: Há perseguição da gestão para com alguns agentes penitenciários pelo fato dos mesmos terem feito parte da gestão passada, fato esse comprovado pelas diversas substituições, transferências e devolução de funcionários no decorrer da nova gestão.
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