quarta-feira, 3 de setembro de 2025

IRMÃ EM LÉLIA GONZÁLEZ

 


Terminando a leitura de Lélia González, mais precisamente "Por um Feminismo Afro Latino Americano", e caindo a minha ficha do porquê algumas mulheres negras me chamam de irmã e não vejo a utilização da expressão por feministas brancas. Atribuia a expressão a regionalismos. Mas o fato é que Lélia ao tratar da indiferença no tratamento por feministas brancas liberais para com questões relacionadas ao racismo e violências sexistas sofridas por mulheres negras, há as que não sendo negras e/ou indígenas se aliam na luta antirracista e antissexista e por isso são chamadas de irmãs. 

De fato, fiquei sensibilizada. Não entendia que ser chamada de irmã era um reconhecimento e um convite para me integrar mais às questões. É preciso se ter dororidade (Vilma Piedade), além da sororidade. O Candomblé me possibilitou essa abertura de visão, a caminhar e a me propor um suicídio de classe, como posto por Amilcar Cabral.

Entender a expressão me fez compreender a importância do lugar de escuta proativo. É sobre acolher e ser acolhida numa dimensão política, de construção coletiva.  Iansã abençoe a todas!


Laura Berquó


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