Prezad@s,
Gilvan de Brito nos presenteia com essa obra que relata várias tragédias paraibanas. Eu tenho um amigo que adora tragédias. Mas eu particularmente gosto das informações históricas. A tragédia principal da obra é a da Lagoa, em 25.08.1975, a partir de um evento comemorativo organizado pelo Exército Brasileiro. O autor é testemunha da tragédia e foi o primeiro a comunicar o ocorrido à população paraibana e pedir socorro pela Rádio Tabajara. Ao todo foram 39 vítimas, sendo 33 crianças e 06 adultos. Algumas famílias perderam todos os seus filhos. O livro traz o nome de todas as vítimas e endereços. Mas não é somente esta tragédia que chama a atenção. O autor começa com a Tragédia de Tracunhaém, que resultou na criação da capitania da Paraíba, desmembrando-a da capitania de Itamaracá. Outras tragédias interessantes são narradas como naufrágios nas praias paraibanas e no estuário do rio Paraíba, com datas e nomes dos respectivos navios, sua localização exata. Também relata os diversos movimentos sociais do século XIX, inciando com a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador que contou maciçamente com heróis paraibanos até as revoltas do Quebra - Quilos e o Ronco da Abelha. Narra o período anterior a esses movimentos correspondentes à Inquisição da Igreja na Paraíba, sendo a única obra em que eu localizei o nome dos delatores da Inquisição. José Jofilly nos dá o nome das vítimas e Gilvan de Brito nos fornece o nome dos delatores. No século XX temos a tragédia de Sady e Ágaba, um casal de jovens apaixonados que em 1923 tem seu namorico inocente terminado em tragédia. Sady, estudante do Lyceu paraibano, morre após levar um tiro por ordem do Monsenhor Milanês diretor da Escola Normal (atual Tribunal de Justiça). Os rapazes saíam do Lyceu Parahybano (localizado a época no prédio do Curso de Direito da UFPB) e atravessavam o Passeio Público, a então praça Comendador Felizardo Toscano, atual João Pessoa. Na Escola Normal estudava Ágaba, que aos 16 anos, após três dias da morte do rapaz se suicidou. O livro encerra com a tragédia do Presídio do Róger no ano de 1997. Mostra a inoperância já conhecida da Vara de Execuções Penais, a falta de preparo de secretários e de políticas para o sistema penitenciário e também revela a voz de um dos maiores baluartes da Pastoral Carcerária na Paraíba e atual presidente do CEDHPB, Padre João Bosco Nascimento, que condena o massacre cometido contra os apenados. Este livro pode ser adquirido pelo valor de R$ 20,00 na Livraria do Assis, localizada no Fórum Cível da Capital.
Laura Berquó
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