Diferenças entre Luta Militante e Luta Diletante - Pequeno Relato de Solidariedade e Luta Real pela Diversidade Religiosa e Combate à Intolerância Religiosa no Estado da Paraíba.
Pelo Fórum diversidade Religiosa - Paraíba.
João Pessoa, 16 de Agosto de 2015
Ontem (15/08/2015) o Fórum Diversidade Religiosa - Paraíba foi recebido no Ilê Assè do Babalorissà Antunes Caldas para relatar e pedir providências sobre o que vem acontecendo na cidade de Campina Grande, relativo a crimes de ódio e intolerância religiosa. Na ocasião, estavam presentes várias casas de assè representados pelos: IyalorissàGoretti Rangel, Babalorissà Fabricio Sousa Medeiros, Iyalorissà Ivonete, por Iaows, Ogans, Ekédis, Abiãns, membros da comunidade entorno ao terreiro, do Juventude de Terreiro de Campina Grande, da Federação de Cultos Africanos de CG, da Comissão de Promoção à Igualdade Racial e Diversidade Religiosa OAB-PB e Sacerdotes e Sacerdotisas de outras religiões.
Assim que os membros do Fórum chegaram ao terreiro de pai Antunes, fomos recebidos com muito carinho pela sua família religiosa. E quando começávamos a nos organizar para começar os trabalhos junto a comunidade, para nossa surpresa e indignação, uma pedra de tamanho e peso consideráveis fora atirada no telhado do terreiro, num ato de tentar nos coibir ou nos amedrontar. Tentativa essa inútil, membros do Fórum assim como alguns convidados tentaram, mas infelizmente em vão pegar em flagrante a pessoa covarde que tentou nos assustar. A polícia Militar foi então acionada e em poucos minutos uma viatura fora mandada para averiguar a denúncia, recolheram depoimentos dos vizinhos e transeuntes mas infelizmente não lograram êxito pois não haviam testemunhas, o que depois notamos na reunião ser ato recorrível na comunidade. Recolhemos a pedra e toda a comitiva do Fórum se prontificou em ir com o Babalorissà e outras testemunhas até a Central da Polícia Civil no bairro do Catolé onde após conversa com o delegado de plantão fizemos os encaminhamentos da denúncia. Voltamos após os encaminhamentos, para continuarmos nossa reunião com a população local sobre os casos e recebemos tanto do Babalorissà Antunes, quanto da Iyalorissà Goretti Rangel e sua Iaow, quanto da Iyalorissà Ivonete e Iyalorissà Walkiria coordenadoras da Federação, quanto dos integrantes do Juventude de Terreiro as denúncias de intolerância religiosa que vem sofrendo constantemente na cidade de Campina Grande, todas terríveis e comoventes, muitos não conseguiram segurar a emoção ao ouvir os relatos ou conta-los. Vimos como todos estavam muito abalados sem nenhuma luz para os acalentar e como nossa presença trazia viço novo, força e esperança. Ouvimos e respondemos junto a população o que poderia ser construído em prol da luta, preparamos encaminhamentos jurídicos com a Comissão de Promoção a Igualdade Racial e Diversidade Religiosa OAB-PB e finalizamos com mensagens de apoio e música.
Para nossa surpresa, nenhum ataque acontecera depois que fomos a delegacia, e mais surpresos ainda ficamos em saber que as festividades, músicas, toques ou ritos religiosos estavam suspensos pelo medo. Com a ajuda dos Babalorissàs, Iyálorissàs presentes e membros de vários segmentos religiosos, cantamos e dançamos louvações para os Orissàs Sangò (Xangô), Ossùn (Oxum) e para Ossalà (Oxalá) e a alegria transbordava nos peitos, se sentia a fé renovada e a esperança soprando nos corações.
Essa comitiva, voltou a João Pessoa com a sensação de dever cumprido, mas não só isso voltou ciente do bem que faz em abraçar e ajudar a quem precisa.
Fica o Obrigado ao apoio para que essa reunião acontecesse para: Tânia Maria da Silva, Laura Berquó II, Tenilda, Fatima Fonseca, Dimanche Cavalcanti, José Erivaldo Silva Silva, Reverendoflavio TeologoePastor ServodeDeus, Josilene Oliveira, Joelson e Saulo Gimenez. Assim como ao Gabinete da Deputada Estadual Estela Bezerra Izabel e ao Srº Valdemir.
Fica o Carinho em receber-nos para: Antunes Caldas, Goretti Rangel, Fabricio Souza, Ivonete, Walkiria,Lucas Lucas Medeiros, Wagner Araujo,Danilo Lopes, Tiago Rodrigues, e a todos a que a memória falha o nome, mas um agradecimento mais que especial a família do Babalorissà Antunes que de coração aberto nos recebeu com tanto amor.
Por Saulo Gimenez
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