Li que essa semana o Presidente do STF, Min. Edson Fachin, veio à Paraíba e se reuniu com representantes do TJPB para tratarem das condições dos presídios aqui. Fala-se na mídia local em um "Habite-se" para os presídios. O Ministro também foi levado a um presídio masculino da capital. Mas e as presas? Por que mulheres presas são invisibilizadas? Sobre a Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão há uma omissão do MPPB, TJPB, OAB-PB, e logicamente do Governo do Estado em punir os torturadores daquele ergástulo. É mais interessante criminalizar quem denuncia as torturas. Por que não levaram o Ministro ao Inferno Bom Pastor? Há mais de uma década o Presídio é dirigido por uma torturadora que protegeu os agentes torturadores que assassinaram Adriana de Paiva Rodrigues, que provocaram abortos em outras, cometeram racismo, espancaram, xingaram etc várias presas. Por que essa ilusão que mulheres não são capazes de torturarem mulheres? As torturas no Júlia Maranhão (Inferno Bom Pastor) seguem invisíveis. Não há interesse no Judiciário paraibano em reconhecer que foi enganado pelo Castelo de Bonecas para encobrir torturas, não há interesse em se indispor com o Comando da Polícia Militar que tem ligações com a Direção do presídio feminino da capital, não há interesse do Judiciário paraibano em reconhecer a omissão de membros. Preferem acreditar que o Estado torturador fez uma sindicância séria, mesmo sendo o violador, que enterrou uma presa assassinada após mais uma sessão de tortura sem certidão de óbito, mas que o Estado afirma que se suicidou. Eu gostaria muito de ser ouvida sobre tudo isso.
Laura Berquó
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