terça-feira, 28 de julho de 2015

O DEPÓSITO DA FÉ EM MARIA


Há muito fiz um arremedo de informações sobre Mariologia e meditei sobre um dos dogmas da Igreja Católica: a Virgindade de Maria. Ao lado da maternidade, da Imaculada Conceição e da Assunção, temos o da virgindade que para muitos têm servido como dogma e assim é uma verdade inalienável, colhida com base nas Sagradas Escriituras e na Sagrada Tradição. O dogma é um instrumento de meditação para compreensão dos mistérios e estes sempre nos reconduzem ao camiinho da reintegração com o Divino. Mas a virgindade de Maria para outros tem sido entendida como uma aberração da natureza, poiis não haveriia no mundo mulher que desse à luz em tal condição. Tal ceticismo foi muito bem retratado no Protoevangelho de Maria, um texto apócrifo Proto-Evangelho de Tiago (A História do Nascimento de Maria) quando narra que uma mulher de nome Salomé ao duvidar da castidade da mãe do Cristo tenta penetrá-la com a mão e constata a virgindade de Nossa Senhora mesmo após o parto e em seguida pede perdão pela falta de fé.  Mas não devemos nos ater à castidade física do corpo de Maria, mas ao sentido esotérico de não somente exotérico do dogma. Nas grandes religiões que antecederam ao Cristianismo, encontramos sempre a Virgem que dá à luz ao Redentor da espiritualidade daquele determinado povo, e é assim que temos a Virgem Devaki, mãe de Khrishna, como também a mãe de Platão, que para os gregos foi um grande Inciado (mistérios de Elêusis) conforme nos ensina Edouard Schuré. A virgindade de Maria é a condição da alma pura, em estado virginal para que em seu ventre possa vir o Cristo , não o homem, mas o espírito renovado.  A alma pura é virgem, sempre pronta para novas concepções, para gerar sempre o Redentor interior que faz a diferença em nossas vidas e assim se manterá ainda que procriadora, Imaculada. Ao observar um altar católico, vemos sempre geralmente uma Nossa Senhora sob a imagem do Cristo, como que diz: __ Ele é o Redentor mas a alma que O concebeu sou eu, Maria. No dicionário de símbolos de Chevalier e Gheerbrant há uma passagem no verbete Virgindade que diz o seguinte:  a Virgem Maria representa a a alma perfeitamente unificadam na qual Deus tornou-se fecundo. Ela continua virgem, pois continua intacta em relação a uma nova fecundidade." E para finalizar, cito a seguinte passagem bíblica : " Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração" (Lc 10:42).


Laura Berquó

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