NEM PRECISOU OFICIAR O GAECO COMO QUERIA O EX GOVERNADOR

No dia 23.11.2018, na 6ª Vara Criminal da Comarca da Capital foram realizados os interrogatórios do então Governador Ricardo Coutinho e o meu nos autos da Ação Penal/Exceção da Verdade n.ª 0010080-47.2017.815.2002 em que sou processada por ter dito que o então governador é um dos mandantes do assassinato de Bruno Ernesto e que o então Governador protegia esquema de explosões aos bancos no Estado, liderado pelo Deputado Estadual Doda de Tião e seus irmãos, que vitimou Sebastian Ribeiro Coutinho. Bruno Ernesto e Sebastian foram assassinados por queima de arquivo mas ambos os inquéritos foram manipulados por influência do governo. O interessante é que por mais que o referido então gestor passasse anos processando e tentando calar quem ousasse sequer mencionar o fato de que está sendo investigado pelo homicídio de Bruno, teve que confessar ao ser questionado pela Promotora Dra Adriana França e pelo Magistrado Dr Rodrigo Marques, na audiência do dia 23.11.2018, após evasivas e gaguejadas, que realmente é investigado no Inquérito 1200 em trâmite até então no STJ. Mas o mais irônico é que durante a audiência, o então governador e seus advogados, um destes, já citado inúmeras vezes nas manchetes da Operação Calvário, Bel. Francisco das Chagas Ferreira, fizeram cena de indignação quando afirmei em meu depoimento que o governo do referido gestor havia montado uma verdadeira ORCRIM no aparelho do Estado da Paraíba e protestaram requerendo ao juízo que fosse expedido ofício ao GAECO para investigar a "suposta" ORCRIM a qual me referia. Parece que não precisou ser oficiado o GAECO para que o desejo de faz de conta do Querelante e de seus patronos, um deles inclusive já tendo se explicado para a Operação Calvário, se tornasse realidade e que se apurasse a existência ou não de uma ORCRIM. O serviço que o GAECO do MPPB juntamente com a imparcialidade do Judiciário paraibano, nesse momento em que renovamos nossa fé nos homens de bem da Paraíba, têm nos dado a certeza de que cada dificuldade vivida, cada dia de perseguição sofrido, cada inferno plantado por perseguidores que tentaram calar as vozes de poucos que se habilitaram em tempos tão sombrios, valeram de alguma coisa. Esperamos por dias melhores e por mais verdade, menos crueldade e mais responsabilidade na gestão da coisa pública. Parabéns à Operação Calvário que veio jogar luz sobre a verdade dos fatos e tratar com respeito o dinheiro público.

Laura