domingo, 15 de janeiro de 2017

JANO, JANEIRO


Moeda romana com a representação de Jano (em: http://construindohistoriahoje.blogspot.com.br/2013/03/janus-deus-romano-do-passado-e-do-futuro.html)

Janeiro é o primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que ainda assim traz o gosto das experiências e sensações legadas pelo ano findo. A origem do nome janeiro está no Deus latino Jano. Numa Pompílio, no século VI antes de Cristo, incorporou o mês de janeiro ao calendário, homenageando o Deus que também era alento para os que buscavam a paz. Sempre a presença do Deus nas guerras, simbolizava o seu fim. Preside o fim das guerras e o começo da paz, preside todos os começos e todos os fins, é o grande porteiro. O poder de abrir as portas do futuro e fechar as portas do passado, abrir e fechar todas as portas. Jano encontra correspondência na mitologia do povo iorubá, já que o Orixá Exu também possui as chaves que tudo fecha e tudo abre, igualmente sua presença é saudada antes dos demais orixás. Assim também era Jano para os romanos e etruscos, cujas honrarias precediam a dos demais Deuses. Com suas duas faces, Jano percebe tanto o que virá como o que se foi. Assim é o mês de Janeiro. Mês em que emprestamos um novo olhar ao futuro, mas ainda com os olhos no passado, nas pendências trazidas, naquilo que ainda carregamos, problemas não resolvidos, questões mal digeridas. Mas, graças a essa visão simultânea de passado e futuro podemos planejar o novo ano que sempre se inicia, porque janeiro é a porta do que se apresenta como novo e encoberto, inexplorado, mas com a força positiva de uma nova fase. É o mês das novas ideias e do descanso das festas do mês de dezembro que servem para agradecer o fato de termos sobrevivido a mais um ano que termina. É em janeiro que vamos encontrar um novo alento e vigor. Jano, Deus dos Romanos, Deus dos Etruscos, que precede os nascimentos das grandes ideias, dos Deuses e dos homens, com suas duas faces: uma que nos empurra para o futuro, outra que observa o que ficou e os que ficaram. É o Deus dos umbrais, das passagens e transições. Jano é o Deus que nos auxilia nas passagens, é a porta que se abre para novos começos, mas que nos adverte sobre aquilo que fomos e fizemos. Deus que põe fim às guerras, sejam elas míticas, como a dos sabinos e romanos, sejam aquelas que trazemos dentro de nós. Jano nos convida para novas ações e ideias, assim como o ano que se inicia. Que o mês de janeiro, que sempre se renova a cada ano, possa sempre trabalhar a nosso favor, mês que guarda todos os novos projetos, sem perdermos de vista o passado recente com suas lições e as boas recordações que trazemos no coração. Feliz 2017!

Laura Berquó

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