sábado, 8 de junho de 2019

PROJETO DE LEI NEYMAR DA PENHA E A CHACOTA ÀS MULHERES

Uma falta de respeito com a história de Maria da Penha Maia Fernandes o projeto de lei protocolado pelo Deputado Federal Carlos Jordy (PSL-RJ), intitulado Neymar da Penha. Ainda temos uma cultura de romantizar o estupro ou vitimizar o homem porque a mulher exerce sua sexualidade. Mostram o vídeo de um encontro posterior em que Nágila, na minha opinião, na verdade foi de forma incorreta provar que tinha sido agredida anteriormente e se vingar. Mas isso não elimina a possibilidade da agressão sexual no primeiro encontro pela suposta desavença por conta da falta da camisinha. Ela admite que foi para ter relações sexuais com ele mas não sem camisinha e ele a virou e penetrou mesmo sem camisinha. Pra mim, se foi do jeito que ela narra, houve violência. Em quantos relacionamentos isso ocorre, inclusive na relação anal em que o homem promete ir até um limite e mesmo vendo que a mulher já está reclamando insiste em continuar a penetração? Ou ainda as pancadas levadas no colo do útero quando homens precisam demonstrar que são bem dotados ainda que nos façam desenvolver feridas ou um futuro câncer? Ninguém vê como violência, mas é. Um absurdo que no século XXI homens jovens ainda se comportem com os mesmos vícios sexuais, violência das gerações anteriores e as mulheres condenadas por viverem sua liberdade sexual, não terem seus limites respeitados porque decidiram fazer sexo. Outro absurdo que é crime foi o vazamento das fotos da moça para provar que ela tinha diálogos com ele sobre sexo e encontro. Ela nunca negou isso, ela reclamou do ato em si e é um direito dela. Deve ser apurado. Uma piada de mau gosto esse projeto de lei. Falam que se trata de uma prostituta. As pessoas precisam entender que ainda que seja o caso, as pessoas não são obrigadas a forçar seus limites na cama ainda que se trate de uma profissional do sexo. Como toda mulher que denuncia casos em que se diz vítima de violência, já foram atrás do passado da moça. Eu defendo que as pessoas façam sexo respeitando a liberdade da outra, porque essa história de que entre quatro paredes tudo vale, é complicado quando o depoimento parte de uma mulher que reclama porque teria consentido em fazer sexo, mas chegou na hora foram extrapolados limites. Porque esse caso pra mim passa a mensagem seguinte: se uma mulher quer transar então ela aguente o que vier. Grande desserviço esse projeto de lei.

Laura

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