Janeiro é o
primeiro mês do ano, mês de expectativas positivas, planos, projetos, mas que
ainda assim traz o gosto das experiências e sensações legadas pelo ano findo. A
origem do nome janeiro está no Deus latino Jano. Numa Pompílio, no século VI
antes de Cristo, incorporou o mês de janeiro ao calendário, homenageando o Deus
que também era alento para os que buscavam a paz. Sempre a presença do Deus nas
guerras, simbolizava o seu fim. Preside o fim das guerras e o começo da paz,
preside todos os começos e todos os fins, é o grande porteiro. O poder de abrir
as portas do futuro e fechar as portas do passado, abrir e fechar todas as
portas. Jano só encontra correspondência na mitologia do povo iorubá (que seja do meu conhecimento), já que o
Orixá Exu também possui as chaves que tudo fecha e tudo abre, igualmente sua
presença é saudada antes dos demais orixás. Assim também era Jano para os
romanos e etruscos, cujas honrarias precediam a dos demais Deuses. Com suas
duas faces, Jano percebe tanto o que virá como o que se foi. Assim é o mês de Janeiro.
Mês em que emprestamos um novo olhar ao futuro, mas ainda com os olhos no
passado, nas pendências trazidas, naquilo que ainda carregamos, problemas não
resolvidos, questões mal digeridas. Mas, graças a essa visão simultânea de
passado e futuro podemos planejar o novo ano que sempre se inicia, porque
janeiro é a porta do que se apresenta como novo e encoberto, inexplorado, mas
com a força positiva de uma nova fase. É o mês das novas ideias e do descanso
das festas do mês de dezembro que servem para agradecer o fato de termos
sobrevivido a mais um ano que termina. É em janeiro que vamos encontrar um novo
alento e vigor. Jano, Deus dos Romanos, Deus dos Etruscos, que precede os
nascimentos das grandes idéias, dos Deuses e dos homens, com suas duas faces:
uma que nos empurra para o futuro, outra que observa o que ficou e os que
ficaram. É o Deus dos umbrais, das passagens e transições. Jano é o Deus que
nos auxilia nas passagens, é a porta que se abre para novos começos, mas que
nos adverte sobre aquilo que fomos e fizemos. Deus que põe fim às guerras,
sejam elas míticas, como a dos sabinos e romanos, sejam aquelas que trazemos
dentro de nós. Jano nos convida para novas ações e ideias, assim como o ano que
se inicia. Que o mês de janeiro, que sempre se renova a cada ano, possa sempre
trabalhar a nosso favor, mês que guarda todos os novos projetos, sem perdermos
de vista o passado recente com suas lições e as boas recordações que trazemos
no coração. Feliz 2016!
Laura Berquó
Nenhum comentário:
Postar um comentário