Políticos corruptos
são corruptos por índole e não porque são de esquerda como estou vendo
postagens contra o socialismo até porque essa forma de contratação de
OSs nasce com o modelo gerencial de gestão pública que procura
justamente diminuir o tamanho do Estado para sermos simplórios, algo bem
mais à direita que à esquerda já que estamos atualmente nesse
maniqueísmo político bem marcado. Na direita há exemplos clássicos de
corruptos, escândalos prestes a criarem mais corpo que podem derrubar
mais um Presidente (no caso de direita), da mesma forma que na Paraíba a
situação está por um fio (de esquerda). Ao sancionar o pacote anticrime
com a criação da figura do juiz de garantia, Bolsonaro não quis expelir
o modelo prático de juiz inquisitorial, mas proteger seu filho, o
senador Flavio Bolsonaro, envolvido com milícias e lavagem de dinheiro.
Na prática vai favorecer criminosos de Colarinho Branco. Provavelmente
as críticas a Bolsonaro se silenciarão momentaneamente pela ORCRIM
investigada pela Calvário. O discurso enfadonho de que aqui se
reproduziu uma Lava Jato para dizer que a Calvário tem um viés
ideológico é outro aspecto que deve ser refutado. Lava Jato e Calvário
são bem diferentes. Estão fazendo de propósito e de má-fé uma confusão
para o público entre prisão em segunda instância e prisão preventiva.
Sabem perfeitamente do que se trata uma prisão preventiva para agentes
do crime que continuam em atividade delitiva, havendo provas da
existência do crime, indícios que apontam a autoria, risco de
atrapalharem o curso das investigações, de aplicar a lei penal em caso
de fuga, perturbação da ordem pública interferindo em outros poderes e
então cabe sim prisão preventiva. Isso não fere o devido processo legal e
justamente para garanti-lo se faz necessária por mais paradoxal que se
pareça. Muito diferente do caso de Lula que não ofereceu esses riscos,
não se pedindo preventivamente a sua prisão e não justificando na minha
opinião a prisão em segunda instância. Prisão preventiva é outra coisa.
Até o presente momento só vi os Magistrados se pronunciarem nos autos
dos processos da Calvário, diferente da Lava Jato. Não se pode falar em
espetacularização porque a mídia na Paraíba é amordaçada. Os poucos que
falam são processados pelo Excelentíssimo Senhor Ex-Governador
investigado pela Calvário. Nem da postura dos membros do Judiciário que
estão à frente se pode falar porque não possuem máculas nem mesmo
acenaram possível ingresso para política sendo realmente uma tentativa
desesperada da ORCRIM que foi montada no Governo do Estado da Paraíba. A
situação é tão peculiar na Calvário que não tem como associar à Lava
Jato pelo modus operandi do chefe da ORCRIM. Quando se soube que no
Brasil um Presidente da República ou um Governador foi tratar
pessoalmente da própria propina? Como se fosse um prefeito ou um
vereador de uma cidade que ninguém conhece. Enquanto se diz que na Lava
Jato não há provas, na Calvário transbordam provas. Até o conceito de
Lawfare foi apequenado pela ORCRIM ao colocar em prática tal método de
perseguição. Se há perseguição utilizando ações judiciais com intuito
político acusando sem materialidade este é o esquema financiado com
verba pública desviada da saúde que contratou o advogado Francisco das
Chagas Ferreira para processar jornalistas, advogados (eu e Gilvan
Freire) e outras pessoas que ousassem denunciar ou fazer críticas ao ex
Governador e ao ex Procurador Geral do Estado investigados na Calvário.
Inclusive deveria ter sido criada uma Vara específica para os feitos de
RC e agregados pelo volume de demanda bancado com dinheiro público e
ocupando a pauta, o tempo e recursos do Judiciário, se me permitem a
ironia. Lawfare foi posto em prática pela ORCRIM não na forma correta do
termo em contexto político maior, mas apequenado por pessoas que
queriam esconder seus malfeitos e não aceitam críticas achando que
iríamos nos retratar. Esqueceram de perguntar se concordaríamos em nos
retratar. A maioria dos perseguidos resolveu prosseguir com os processos
sem retratação. Esse discurso de vitimização e desqualificação dos
membros do Ministério Público e do Judiciário é porque extrema-esquerda e
extrema-direita são irmãs gêmeas na indignação seletiva e muitas vezes a
ferida narcisica tem dificuldade em sarar porque justamente não quer
reconhecer que votou enganado, que seus líderes são falhos
independentemente do modo de pensar político, quando a questão na
verdade é: corrupto não liga para ideologias. Eles se apropriam do
discurso que alavanquem os interesses deles. Inclusive a autora do
Projeto de Lei n 6578/2009 que resultou na lei que prevê a possibilidade
da famosa delação (colaboração premiada) que agora os defensores do
ex-governador estão apontando como método de tortura e da direita foi a
então Senadora pelo PT do Mato Grosso, Serys Slhessarenko. Mesmo assim
gritam que se trata de fascistas querendo destruir o projeto político de
esquerda no estado. Antes que também me chamem de fascista, como são
acostumados a assassinar reputações, não aceito tal alcunha porque
descendo de "partigiani". Vamos acordar para a realidade que o GAECO
identificou esquemas de corrupção não só na Calvário, mas em Operações
como Xeque-Mate, Cidade Luz, no Instituto de Previdência do município de
João Pessoa, também nas cidades de Bayeux e Santa Rita nesses últimos
dois anos. Enquanto a ORCRIM tendo o ex Governador apontado como chefe
pelas investigações grita junto com seus defensores que se trata de
perseguição fascista a referida Operação Calvário, lembremos somente de
alguns escândalos juntando o período da gestão pessoense e estadual
envolvendo algumas da figuras integrantes da referida agremiação
criminosa: Gari Milionário, Caso Cuiá, Jampa Digital e Propinoduto dos
81 mil.Parabéns ao GAECO.
Laura Berquó