- Soneto de Francesco Petracco (Petrarca)
Longe de Laura inveja a região que a possui
Nem ave em ninho ou fera em selva obscura
Houve triste como eu no apartamento
Desde que se afastara o encantamento
Do sol que o meu olhar sempre procura.
Tenho o pranto por única ventura,
É dor o riso e absinto o mantimento,
E eu vejo turvo o claro firmamento,
E o leito é campo de batalha dura.
O sono é na verdade qual se diz
Irmão da morte e o peito nosso priva
Deste doce pensar que sempre o aviva.
Só no mundo felice e almo país
Verdes ribas e flórido recanto,
Vós possuís o bem que eu choro tanto.
Petrarca
(Tradução de Almansur Haddad)
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