segunda-feira, 27 de julho de 2015

A VERDADEIRA VÍTIMA DO DIA 26.07.1930 - ANAYDE BEIRIZ

ANAYDE BEIRIZ
Prezad@s, para fazer justiça aos episódios de 26 de julho de 1930, não poderia deixar de prestar a minha homenagem aquela que foi sua grande vítima: Anayde Beiriz. Nascida em João Pessoa, em 18 de fevereiro de 1905 e morta (suicídio) em 22 de outubro de 1930, Anayde é o símbolo da mulher paraibana vítima de seu tempo. Sua força e fatalidade foram projetadas nacionalmente. Professora e poetiza, sua obra poética, ainda em processo de maturação (ela morreu aos 25 anos) não pode chegar aos nossos dias, porque após o dia 26.07.1930, seus familiares foram perseguidos e sua casa localizada na Rua Santo Elias no Centro de João Pessoa, foi invadida e seus escritos rasgados. Anayde sofreu não só pelo alvoroço do acontecimento político daquele tempo em si, mas sobretudo pela visão estreita e preconceituosa que nossa sociedade paraibana e machista ainda carrega. No dia 22.10.2015, prometo fazer um bela homenagem em nosso blog a essa mulher paraibana, ótima filha, ótima professora, ótima namorada, que se viu morrer todos os dias padecendo com o infortúnio de seu amado João Dantas, assassino confesso de João Pessoa. Nós mulheres ainda carregamos os estigmas de nossos homens. Até quando?

Meu Sangue / Teu sangue - (João Dantas/Anayde Beiriz)
MEU SANGUE
João Dantas
Em minhas veias circula
Um sangue de carniceiro...
Golfante, rubro, pullula
Na artéria prisioneiro,
Artéria que te estrangula,
Sangue mau, de cangaceiro...
TEU SANGUE
Anayde Beiriz
Sangue... Sangue venenoso,
Arroio quente, opalino,
No teu systema venoso...
Golfeja! Dá-me assassino,
Um banho infernal de gozo
Em teu visco vespertino!
Carlos Cartaxo, teatrólogo, em turnê pela Europa com o espetáculo "Anayde"

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