Prezad@s, até o momento tod@s
que lutamos pelo fim da intolerância religiosa fomos bem sucedidos no que tange
à representação do caso do Pastor Clovis Bernardo de Lima junto ao MPF que foi
denunciado este ano à Justiça Federal pelo Procurador da República José Godoy
pela prática do crime previsto no art. 20 da Lei Caó. Em 2012 para incitar a
discriminação o referido Pastor quebrou várias imagens e objetos de umbanda e
santos católicos usados no culto. Pois bem.
É difícil separar o art. 20 da Lei n.º 7.716, de 05 de janeiro de 1989,
a célebre Lei Caó do artigo 208 do
Código Penal Brasileiro (Art. 208 - Escarnecer de alguém
publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar
cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto
de culto religioso:Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é
aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.) nas
situações que envolvam justamente a destruição de objetos religiosos, o
escárnio, etc). Na Paraíba, tivemos no ano de 2013 a destruição da imagem de
Iemanjá na Praia do Cabo Branco. Em 2014, no município de Carrapateira –
Paraíba, a imagem de Nossa Senhora foi queimada e urinaram sobre ela.
Atualmente em Cabedelo, para demolirem o Terreiro Iemanjá Ogunté de Pai
Joelson, destruíram os ibás, as louças e objetos de culto, em total comprovação
de despreparo e respeito ao sentimento religioso. No caso da imagem de Nossa
Senhora em Carrapateira, protocolamos ofício junto ao senhor Secretário Claudio
Lima para que fosse nomeado delegado especial para o caso e até o momento
nenhuma resposta. São vários casos que comprovam que as pessoas não estão
apenas preparadas para respeitar a diversidade, o outro, mas sobretudo
vivenciar a própria experiência de reintegração com o Deus de seu coração, ou ainda,
uma espiritualidade que ainda não se nomine. Vemos, por exemplo, em várias
Paradas Gays (LGBTs) em São Paulo, nesses últimos anos, um desrespeito aos símbolos
do cristianismo. Um ano vi a cena de um casal substituir a hóstia por uma
camisinha dentro do cálice e na deste ano vimos a discussão gerada pela
utilização da cruz. A cruz não é invenção cristã. A cruz surge antes mesmo de
Cristo em várias culturas, dentre elas temos modelos próximos à suástica (que
logicamente não tem a mesma conotação) já utilizada pelos hindus. Temos no
simbolismo da cruz a união de dois mundos: o microcosmo/macrocosmo; espírito/matéria;
corpo/alma. Porém, hoje, não há como dissociar a cruz dos católicos como a
Bíblia dos evangélicos apesar da mesma ser bem mais antiga que os próprios
protestantes, pentecostais e neopentecostais. No caso da Parada LGBT o sentido
foi de realmente, por meio da indignação, de chocar, mas daí cometeu a falha,
na minha percepção de se valer de um objeto que traz toda essa carga religiosa.
Nossos terreiros estão sendo invadidos. Em campina Grande, no bairro do
Pedregal, um Pai de Santo teve seu terreiro invadido várias vezes nesses últimos
dias. Nossos santos violados, urinados, vilipendiados. Qual foi o retorno no
caso de Carrapateiras? No Terminal de Integração os Hare Krishna tiveram seus
livros “confiscados”. E nessa briga toda, cada um, defendendo seus ídolos (no
sentido negativo do termo), ninguém se
entende, ninguém se respeita.
Laura Berquó
(98669-7203/99160-7536)
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